Zero Carbon alia lucratividade a práticas ambientais
Como a sustentabilidade impulsiona o sucesso financeiro das empresas modernas
O comprometimento com os cuidados com o meio ambiente e a descarbonização da economia mundial é um dever de toda a sociedade – pessoas, empresas, entidades e governos – mas para alguns setores é uma tarefa ainda mais difícil. Imersos em uma cultura baseada na queima de combustíveis fósseis, setores como logística e transportes precisam fazer uma revisão atenta de processos a fim de conciliar uma cadeia produtiva responsável e controle de custos.
Diante desse panorama, a Zero Carbon, sediada em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), comemora a conquista da certificação global Selo B. São apenas 202 empresas no Brasil e 3.843 no mundo. A transportadora é a segunda no mundo na categoria a alcançar a certificação.
De acordo com o CEO da Zero Carbon, Felipe Marçal, o Selo B e outras conquistas na área da responsabilidade ambiental são uma consequência de um jeito de fazer negócios que começou muito antes do termo sustentabilidade passar a frequentar o vocabulário empresarial. Tem a ver com a própria história da empresa.
“Somos a segunda transportadora do mundo a conquistar o Selo B justamente porque a maioria não consegue mitigar a emissão de gases e falta de boas práticas. Meu pai fundou há 35 anos, em João Monlevade (região Central). Eu me formei em engenharia de produção e fiz estágio na Fiat. Sempre tive um olhar aberto por ter feito engenharia de produção. Na minha cabeça estava claro como as coisas deveriam funcionar de maneira correta. Tinha visto que lá fora as coisas são diferentes. Isso começou a ganhar força quando fechamos contratos com multinacionais que tinham uma visão crítica e valorizavam a sustentabilidade. Existiam clientes que apoiavam. E isso foi gerando novos negócios”, relembra Marçal.
Por isso, passar pelo crivo dos certificadores foi uma missão relativamente fácil. A empresa não precisou fazer nenhuma adequação ou acrescentar processos no que foi apresentado. Utilização de energia fotovoltaica, eletrificação da frota, uso de água da chuva, entre outras ações estão no escopo do projeto que pretende mitigar 100% da emissão de gases de efeito estufa até o fim do ano.
“Gostamos de fazer primeiro para depois anunciar. Construímos uma unidade sustentável em Parauapebas (PA). Também temos uma van elétrica, no Pará, e essa semana chegou o primeiro caminhão, que colocamos em teste em Minas. Ainda são investimentos caros, o caminhão custa o dobro que um convencional, e a van é seis vezes mais cara que outra da mesma categoria. Ainda temos
problemas com a autonomia dos veículos e pontos de abastecimento, mas mesmo assim, são investimentos que precisam ser feitos. Por enquanto não dá pra fazer viagens, usamos na distribuição. É um pequeno passo, mas a eletrificação é o futuro, precisamos estar prontos”, exemplifica o executivo.
Além do Selo B, a empresa é a primeira transportadora brasileira a fazer parte do movimento Capitalismo Consciente, é signatária do Pacto Global, e certificada GPTW (melhores empresas para trabalhar).